Desemprego Inevitável: Nação Zombie versus Escolas Sociais

"A ciência poderá nunca mais inventar um sistema melhor de comunicação no escritório que a pausa para o café.”

~ Atribuído a Earl Wilson 
A necessidade de cultivar novas conexões na sociedade humana ajudar-nos-à a lidar até como o crescente problema do desemprego global. Os chefes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a Organização Internacional de Trabalho (OIL) recentemente afirmaram “O número geral de desemprego está ainda nos 200 milhões a nível mundial, perto do pico registado na profundidade da Grande Recessão.” Até nos países G20, o aviso continuou, “A análise ... exprime preocupação que o emprego possa ... crescer ... até ao fim de 2012, resultando numa queda acentuada de 40 milhões de empregos nos países G20 no próximo ano [2012] e uma muito maior queda em 2015.” 
De acordo com o Huffington Post, “A taxa de desemprego espanhol subiu acentuadamente para uma nova alta da euro-zona de 21.3 por cento no primeiro quarto do ano [2011], com um recorde de 4.9 milhões de pessoas sem trabalho,” e a Secretaria de Estatísticas do Trabalho Americana relatou que a presente taxa de desemprego nos EUA é de 8.6, com 13.3 milhões de pessoas sem trabalho. 
Contudo, a mais alarmante e socialmente volátil é a taxa de desemprego jovem na euro-zona, particularmente na Espanha e Grécia, mas também nos Estados Unidos. Um item noticioso por Felix Salmon em 22 de Dezembro de 2011 para a Reuters relata, “A Espanha e Grécia têm desemprego jovem inconcebível e elevado aproximando os 50%, mas também a Irlanda ... viu a sua taxa de desemprego subir pelo telhado desde a crise, de abaixo de 10% para mais de 30%.” 
A respeito dos EUA, a história continua, “A coisa a anotar aqui não é simplesmente o nível absoluto, o desemprego jovem está agora nos 18.1% e para os negros é de 31%, mas também a alta subida [de pouco acima de 10 em 2007 para pouco mais de 18 em 2010].” 
Sem o dizer explicitamente, o relatório oferece uma comparação tenebrosa cujo sentido é claro como a água: “Os EUA estão estado que os níveis que vimos no Médio Oriente que causaram a Primavera Árabe. Estamos mais baixo que o Egipto e Tunísia, mas estamos mais alto que Marrocos e a Síria.” 
Pessoas jovens, educadas, sentem que passaram os seus melhores anos e os melhores dos seus recursos (ou os recursos dos seus pais) a se tornarem qualificados para um mundo que não existe mais. Essa avaliação não é simplesmente um palpite. No seu livro, The Brave New World of Work, o professor Ulrich Beck, um dos sociólogos europeus de topo, explica que “A sociedade do trabalho está a chegar a um fim à medida que mais e mais pessoas são depostas pelas tecnologias inteligentes. Para nossas contrapartidas no fim do século XXI, as lutas de hoje pelos empregos parecerão como uma luta pelas espreguiçadeiras do Titanic. O ‘emprego para toda a vida’ desapareceu ... e todo o trabalho pago é sujeito à ameaça da substituição.” 
Quer queiramos quer não, a crise conduzirá a uma redução de indústrias redundantes e ao reconhecimento de que a maioria da população mundial não é simplesmente necessária no mercado de trabalho. Todavia, se as pessoas não estão agora a trabalhar e não trabalharão no futuro, o que devem elas fazer? Como viverão elas? E se são providas pelo governo ou certa agência, não as destruiria mental e emocionalmente estarem inactivas o dia todo? Esta pode ser uma situação explosiva para qualquer sociedade, uma causa constante de agitação, desordem e crime. 
A solução para a inactividade humana será enviar as pessoas de volta à escola. Contudo, esta não será o liceu de novo, nem a faculdade, nem sequer educação adulta de qualquer tipo que conheçamos. Ela será uma “Escola de Globalização para Cidadãos do Mundo Interconectado.” Estudos nessa escola não custarão dinheiro. Pelo contrário, a escola concederá aos seus participantes bolsas, tal como os estudantes universitários recebem vales e bolsas. O estado financiará os vales com o dinheiro que ele poupará enquanto corta a força de trabalho civil, uma vez que os benefícios do desemprego custam ao estado menos que manter as pessoas empregadas em desemprego oculto. 
Também, a crescente consciência da nossa interconectividade criará uma atmosfera na qual será mais fácil para os que “têm” partilhar algum do que têm com os que “não têm.” Algum ajuste na taxação é também provável, até se for simplesmente na forma de colectar impostos reais, em vez dos ricos os evadirem através de contabilidade sofisticada. Novamente, todas estas mudanças devem ocorrer voluntariamente, uma vez que uma grande maioria da sociedade reconhece a nossa interconectividade e interdependência e deseja viver correspondentemente. 
Partilha não tem de vir na forma de dinheiro: ela pode bem se apresentar a si mesma nas formas de oferecer casas baratas para arrendar, estreitar as margens de lucro em produtos básicos para ajudar os menos afluentes e numerosos outros meios pelos quais uma pessoa consegue demonstrar o seu apoio à sociedade. A razão pela qual o pagamento para a participação na Escola da Globalização será considerada um vale e não subsídios de desemprego é que os subsídios de desemprego podem transportar uma etiqueta social negativa, enquanto os vales não. É muito importante que estudantes na nova escola se sintam confiantes e até orgulhosos de lá estar. Isto os tornará muito mais receptivos ao material a ser leccionado. 
Na Escola da Globalização, as pessoas aprenderão como cuidarem de si mesmas num mundo que se tornou interligado, onde elas são dependentes das outras para seu sustento. Elas aprenderão sobre o curso da evolução como discutido anteriormente neste livro, a necessidade de ajustar a sociedade humana a esse curso, os benefícios de se ajustar e os males de atrasar o ajustamento.

As pessoas aprenderão os valores da comunicação, novas maneiras de comunicar e vão adquirir aptidões terra-a-terra tais como economia doméstica e comunicação interpessoal e outro conhecimento necessário para tempos de rápida mudança. 
Porque as pessoas terão muito mais tempo de lazer, elas serão capazes de o usar para aprender novas aptidões. Estas aptidões serão leccionados na escola mas também serão úteis fora dela, dando às pessoas mais opções quando procurando um emprego, como oportunidades para socializar com novas pessoas, ou ao abrir novos espaços para contribuir para a sociedade. Qualquer aptidão com verdadeiro mérito, seja cultivo ou programação, sera útil no futuro como hoje é. Porque a vivacidade das pessoas não dependerá da sua habilidade de vender seus produtos, elas se focarão em desenvolver somente o que é realmente necessário e útil. Elas produzirão produtos que estão feitos para durar, em vez de produtos com obsolescência planeada, dirigidos a forças as pessoas a gastarem mais do que deviam ou gostariam. 
As pessoas terão agora o tempo para socializar. Elas ainda comparecerão à escola ou trabalho, mas haverá muito mais tempo livre que há hoje e as pessoas o usarão para socializar, como discutimos anteriormente neste capítulo. Socializar não será uma meta em e por si mesma, mas um meio para o enriquecimento, um meio pedagógico, uma chance para ganhar visão para os novos reinos do conhecimento, novos níveis de pensamento, ou simplesmente melhorar a confiança pessoal ao ter mais amigos (verdadeiros amigos, não amigos do Facebook). 
Olhando para a frente, daqui a alguns anos a vida será muito diferente. Hoje as pessoas sentem-se tão stressadas que elas quase não têm tempo para respirar. Estamos a viver numa corrida de ratos constante numa roda sempre a rodar e sempre a acelerar. Mas quando a indústria contrair e não precisemos mais de trabalhar, teremos mais tempo para cultivar os nossos interesses e nossos laços sociais. É então que experimentaremos verdadeiro crescimento e o crescer da felicidade. 
Na sua coluna do The New York Times, “The Earth is Full,” (A Terra está Cheia) Thomas Friedman, autor de The World is Flat (O Mundo é Plano): Uma breve história do século vinte e um, discute o livro de Paul Gilding, The Great Disruption: Why the Climate Crisis Will Bring On the End of Shopping (A Grande Rotura, Porque a Crise Climatérica Trará o Fim das Compras) e Birth of a New World (O Nascer De Um Novo Mundo). Friedman cita Gilding ao dizer, “Se cortares mais árvores do que plantas, acabam-se-te as árvores.”

À medida que o impacto iminente da Grande Rotura nos atinge, Gilding escreve, “Nossa resposta será proporcionalmente dramática, nos mobilizando como fazemos na guerra. Mudaremos a uma escala e velocidade que dificilmente conseguimos hoje imaginar, transformando completamente a nossa economia, incluindo as nossas indústrias dos transportes e energia, em apenas poucas breves décadas.” 
Friedman explica que de acordo com Gilding, nós perceberemos que o modelo orientado para o consumidor está quebrado e devemos avançar para um modelo mais direccionado à felicidade, baseado em pessoas trabalharem menos e possuírem menos. “Quantas pessoas,” pergunta Gilding, “deitadas no seu leito de morte dizem, ‘Gostava de ter trabalhado mais ou construído mais valor accionista,’ e quantas dizem, ‘Quem me dera ter ido a mais jogos de futebol, lido mais livros aos meus filhos, feito mais caminhadas?’ Para fazer isso, você precisa de um modelo de crescimento baseado em dar às pessoas mais tempo para desfrutar da vida, mas com menos coisas.”
~ "A Guide To The New World"
e-book gratuito @ http://we.tl/AG45ZCjxXw

página do autor http://bit.ly/19BF2P9


FOTO por drp @ Flickr

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