Responsabilidade Mútua: O Que Faria Com O Seu Tempo Se Só Tivesse Quatro, Três Ou Até Dois Dias De Trabalho Por Semana?

"Um mapa do mundo que não inclua Utopia não é sequer digno de o vislumbrar, pois ele deixa de fora o país no qual a Humanidade está sempre a desembarcar. E quando a Humanidade lá desembarca, ela vislumbra, e, vendo um país melhor, ela zarpa. Progresso é a realização de Utopias."

~ Oscar Wilde

Embora cépticos possam afirmar que mudanças de paradigma civilizacional são temas de mentes utópicas, é mais do que certo que grandes mudanças ecológicas e condições ambientais forçaram a nossa espécie à migração num passado muito distante para nós, mas não tão recente para o planeta.

Estamos ainda em negação, mas está certamente a acontecer, neste preciso momento, está realmente a acontecer! Não devido a este ou aquele factor particular mas porque os factores para que acontecesse estão agora reunidos. Somos uma geração sortuda não só por termos a chance de o ver acontecer, mas por podermos contemplar as maneiras em como repousar as pedras basilares para o que há-de ser, para os nossos filhos e para as crianças do amanhã.

CNN Money:

"Há décadas atrás, peritos previram que todos trabalharíamos somente 14 a 15 horas por semana neste momento e que teríamos tanto tempo livre, que não saberíamos sequer o que fazer connosco.

Em vez disso, os trabalhadores americanos ficaram presos na semana de trabalho de 40 horas por semana, ou ainda mais longa para muitos de nós, desde 1938, em prol de financiar os nossos estilos de vida cada vez mais caros.

As previsões: Em 1930, o reconhecido economista John Maynard Keynes previu que avanços tecnológicos significariam que eventualmente todos trabalharíamos somente 15 horas por semana. Nesse mesmo ano, o biólogo evolucionário Julian Huxley previu a semana de trabalho de dois duas de trabalho. Ambos os homens alertaram que um dia, teríamos tanto tempo de lazer, que ficaríamos completamente aborrecidos.

"O ser humano consegue consumir tanto mas não mais," Disse Huxley em 1930. "Quando alcançarmos o ponto em que o mundo produz todos os bens que precisa em dois dias, como inevitavelmente produzirá, devemos reduzir a nossa produção de bens e voltar nossa atenção ao grande problema do que fazer com o nosso novo tempo de lazer."

~ Annalyn Kurtz, CNN Money

http://money.cnn.com/2013/07/09/news/economy/shorter-work-week/index.html?iid=Lead

"No capitalismo, é a relação com o trabalho que nos define, diz o filósofo Anselm Jappe, em Lisboa a convite do Teatro Maria Matos. Mas o sistema é um "castelo de cartas que começa a perder peças". E é tempo de repensar o conceito de trabalho

O capitalismo distorceu a ideia de trabalho, desligando-a das necessidades reais da sociedade. Trabalhamos a um ritmo cada vez mais acelerado apenas para alimentar a lógica do sistema. Mas este parece ter entrado numa rota de autodestruição porque, com a exclusão de cada vez mais gente do mercado de trabalho, há também cada vez mais gente excluída do consumo, afirma o filósofo Anselm Jappe, nascido em 1962 na Alemanha e que hoje vive entre França e Itália."
~ Alexandra Prado Carvalho, Público "O que faremos se o sistema já não conseguir criar trabalho?"

http://www.publico.pt/destaque/jornal/o-que-faremos-se-o-sistema-ja-nao-conseguir-criar-trabalho-26412168

Esta entrevista, acreditada ser a última de R. Buckminster Fulle foi conduzida por John Gerstner no lar de Fuller em Pacific Palisades, Califórnia, em Novembro de 1982:

"GERSTNER: Na presente recessão, imensas pessoas querem trabalhar mas não o conseguem achar. Todavia as pessoas querem e precisam de coisas que não estão a ser produzidas. O sistema se desmoronou?

FULLER: Sim, o sistema não está correcto, mas a evolução está a trabalhar e eventualmente vamos despedir todos.

GERSTNER: Devido à automatização?

FULLER: Sim.

GERSTNER: Devem as pessoas ter medo disso?

FULLER: Não. Elas devem ter medo de não lhes pagarem agora. O sistema como se conduz é que elas são supostas morrer se não ganharem para viver. O sistema é baseado na suposição de que não há suficiente para dar a volta."

~ Via Community Intelligencehttp://www.communitelligence.com/clps/clitem.cfm?AdsID=172

"Paul Krugman e Izabella Kaminski estão a resumir a solução aos problemas básicos que teremos e quando as maquinas puderem fazer tudo melhor que nós e assim nenhum de nós terá emprego. Tenho de admitir que não estou de todo convencido por algumas das evidências que estão a ser usadas para nos fazer lá chegar mas a solução parece-me absolutamente certa para mim. Essencialmente, é ter Segurança Social para todos."

~ Tim Worstall, FORBES, Como Derrotar As Máquinas, Segurança Social Para Todos

http://www.forbes.com/sites/timworstall/2013/06/18/how-to-beat-the-machines-social-security-for-all/

"Rendimento básico tornaria possível que cidadãos normais vivessem, eventualmente confortavelmente, fora do mercado de trabalho, da mesma maneira que os ricos sempre puderam fazer. Oferecer tal escolha é tanto um fruto de uma sociedade afluente e uma solução ao problema do desemprego tecnológico."

~ Robert Skidelsky, Project Syndicate

http://www.project-syndicate.org/blog/playing-by-the-rules-by-robert-skidelsky#H7cdP33EyOs4KAZs.99

"Na distribuição, em primeiro lugar um certo mínimo é atribuído para a subsistência de todos os membros da comunidade, quer sejam ou não capazes de trabalhar."

~ John Stuart Mill, Princípios de Economia Política

"A única forma de termos algo que se assemelhe a uma sociedade de classe média seria tendo uma forte rede de protecção social, que garanta não apenas cuidados de saúde mas também um rendimento básico."

~ Paul Krugman

http://www.nytimes.com/2013/06/14/opinion/krugman-sympathy-for-the-luddites.html