Redução Da Carga Laboral Inevitável


Redução Da Carga Laboral Inevitável:
Taxa De Depressão E Excesso Laboral Praticado Aumentam

“O que há em mim é sobretudo cansaço..

Um supremíssimo cansaço, 
Íssimno, íssimo, íssimo, 
Cansaço…”
~ Álvaro de Campos
"Logo quando pensávamos que a economia podia estar a melhorar, recentes relatórios laborais e despedimentos confirmam o que, bem no fundo, já sabíamos: Empregadores são relutantes a contratar e querem mais produtividade de menos pessoas. Todavia a pesquisa sugere que trabalhar mais horas pode conduzir a sérios problemas de saúde."
~ Deborah L. Jacobs, Forbes

Uma infinidade de pesquisas destacam a importância de obter um bom sono nocturno para o bem-estar físico e psicológico, todavia na nossa sociedade, as pessoas parecem ainda ter orgulho em precisar e obter, pouco sono,”
~ Amie Gordon da Universidade da Califórnia, Berkeley


Também, num recente estudo da Universidade de Notre Dame o que conhecemos como depressão revela-se contagioso, aliado à austeridade, uma sociedade endividada e sobrecarregada com 8 a 12 horas de trabalho produzirá nada mais nada menos que uma população não só deprimida, desempregada como também incapaz de trabalhar.
"De acordo com um novo estudo da Universidade de Notre Dame, um estilo específico de pensar que torna as pessoas vulneráveis à depressão na realidade pode ser 'contagioso' a outras e aumentar seus sintomas de depressão seis meses mais tarde. 
O estudo, conduzido pelo professor Gerald Haeffel de Notre Dame e a pós-licenciada estudante Jennifer Hames de 2009, é publicado pelo jornal Clinical Psychological Science
Pesquisa sobre depressão demonstrou que pessoas que interpretam eventos de vida stressantes como resultado de factores que não conseguem mudar e como reflexo da sua própria carência são mais vulneráveis à depressão. Esta “vulnerabilidade cognitiva” provou-se ser um factor de risco tão potente para a depressão que na realidade consegue prever quem é mais propenso a experimentar um episódio depressivo no futuro, até se eles nunca estiveram deprimidos anteriormente. 
“Nossos achados sugerem que pode ser possível usar o meio social de um individuo como parte do processo de intervenção, seja como suplemento às intervenções cognitivas existentes ou possivelmente como uma intervenção a solo,” de acordo com Haeffel. 
“Nosso estudo demonstra que a vulnerabilidade cognitiva tem o potencial de somar e subtrair com o tempo dependendo no contexto social, que significa que a vulnerabilidade cognitiva deve ser vista como plástica em vez de imutável.”"

Este estudo revela-nos o óbvio mas também que o contágio é realizado em função das pessoas a quem nos ligamos.

"21 horas de trabalho pago por semana? Enquanto Portugal discute que se trabalhe meia hora a mais e por toda a Europa se fala em mudar as leis laborais, um think-tank chamado “The New Economics Foundation” organizou na London School of Economics uma conferência em defesa de uma ideia totalmente revolucionária: em nome do bem-estar da população, da diminuição da pobreza, da redução do consumo, da diminuição das emissões de dióxido de carbono ninguém deveria trabalhar mais de 21 horas por semana. 
A conferência teve como base um estudo da “New Economics”. O relatório chama-se “21 horas”, mas os seus autores defendem que este número seja uma referência para “um banco de horas”. Ou seja, conforme os interesses da empresa e trabalhador, o trabalho poderia concentrar-se em três dias, ser feito em part-time (três horas por dia) ou até sazonalmente. A ideia é que ninguém trabalhasse mais do que 1092 horas distribuídas ao longo do ano. 
A ideia de trabalhar menos está directamente relacionada com ganhar menos. Menos horas pagas significam menos salário ao fim do mês. Segundo os autores do estudo, a vantagem imediata para a economia seria abrir mais postos de trabalho e diminuir o desemprego – que tem custos sociais, para a segurança social e para o serviço nacional de saúde, uma vez que as pessoas em situação de desemprego correm o risco de desenvolver mais situações de doença, nomeadamente depressão. 
Um maior bem-estar geral seria, segundo os autores do estudo, a consequência imediata. Ao trabalharem menos, as pessoas diminuiriam as doenças associadas ao stress laboral e teriam mais tempo para melhorar a vida familiar, por exemplo, cuidando de crianças e mais velhos. É evidente que essas pessoas teriam menos dinheiro disponível ao fim do mês, o que para os autores do estudo não é nada mau, em termos globais: menos consumo é ecológico. Ou seja, ao diminuir drasticamente os hábitos de consumo, as emissões de dióxido de carbono também seriam reduzidas, contribuindo para um planeta mais sustentável."
~ Jornal i 
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/agora-algo-radicalmente-diferente-melhor-trabalhar-so-21-horas 
“Anna Coote, da NEF, disse: ‘Há um grande desequilíbrio entre pessoas que têm demasiado trabalho pago e as que têm muito pouco ou nenhum.’ 
Estamos só a viver para trabalhar e a trabalhar para ganhar e a ganhar para consumir
‘A resposta civilizada deve ser partilha laboral. O governo deve legislar um máximo de trabalho por semana.’ …Skidelsky diz que os políticos e economistas precisam de pensar menos sobre a perseguição do crescimento. ‘A verdadeira questão para o bem estar hoje não é a taxa de crescimento do PIB, mas como os vencimentos são divididos.’”
~ Heather Stewart

O NEF E TIM JACKSON:
““Precisamos de um projecto da sociedade como um todo para reduzir o horário de trabalho. Isto já não pode ser apenas uma questão política de negociação colectiva”, defende na carta aberta o professor universitário de direito comercial Hein-Josef Bontrup.”
~ Notícias Ao Minuto

"A austeridade está a ter grandes efeitos nefastos na saúde dos europeus e dos norte-americanos, conduzindo ao aumento dos suicídios, depressões e doenças infecciosas, nomeadamente por reduzir o acesso a medicamentos e cuidados de saúde, alertam especialistas."
~ Notícias Ao Minuto

"O nosso sistema não é tão financeiramente enfermo quanto espiritual e psicologicamente perturbado. As doenças estão todas relacionadas, é claro, um sistema económico distorcido (por ex. financeirização) que recompensa sóciopatia parasita e a predação politica não consegue evitar senão tornar seus participantes física e psicologicamente enfermos. 
É fácil dizer que a razão principal é que a cultura da titularidade proporciona às pessoas a habilidade de não terem de trabalhar, mas escuto que a verdadeira razão é o STRESS. As pessoas são relutantes ao admitir que não conseguem suportar mais a pressão da vida do dia-a-dia e a melhor maneira de aliviar o stress é não trabalhar.
Pense sobre como a nossa cultura está agora estruturada para o adulto mediano: STRESS, para onde quer que olhe, passar por trânsito horrível, que o faz gritar com frustração, stress financeiro, de pagar a renda da casa, o ensino, utilitários, gás, seguros, férias, a conta da televisão, preços alimentares em crescimento, stress de problemas familiares, divórcio, delinquência, drogas, crime, infidelidade, manter a reputação, etc. 
As pessoas têm uma expectativa demasiado alta do que elas devem obter da vida e ficam excepcionalmente stressadas com tudo isso. Como é que tudo isto se manifesta a si mesmo? Uma cultura de receita de drogas (Zoloft, Xanax, etc.) que engana as pessoas ao pensarem que um comprimido derrubará o stress, quando estas drogas, na minha opinião, só tornam as coisas piores..."
~ Charles Hugh Smith, Epidemia Silenciosa

Justiça Social e Igualdade

O sociólogo, Ulrich Beck, escreveu no seu livro Admirável Mundo Novo do Trabalho, que na nova sociedade, as pessoas vão realizar “trabalho civil” para o benefício da sociedade. No entanto, como pode uma tal sociedade trazer satisfação e um sentimento de satisfação às pessoas?
A nova sociedade deve reconhecer que se nos medimos a nós mesmos em relação aos outros, nunca nos sentiremos satisfeitos ou que obteremos justiça social.”

Foto por tim caynes @ Flickr

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